Quando falamos de imóveis, é comum pensar que ser proprietário significa ter controle total sobre um bem. No entanto, no sistema jurídico português, a propriedade pode assumir diferentes formas, e nem sempre implica posse plena e exclusiva.
Conhecer conceitos como propriedade plena, usufruto, servidões e outros direitos reais é essencial para evitar conflitos, fazer negócios seguros e proteger património.
Propriedade plena: o domínio total
A propriedade plena dá ao titular três poderes principais sobre o bem:
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Usar: habitar ou ocupar o imóvel;
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Frutificar: obter rendimentos (ex.: arrendar);
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Dispor: vender, doar, hipotecar ou transmitir por herança.
É o direito de propriedade “completo”, sem restrições, salvo aquelas impostas por lei (zonamento, regras urbanísticas, etc.).
Usufruto: dividir direitos para ganhar flexibilidade
O usufruto separa a propriedade em duas partes:
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Nua-propriedade: o “dono” formal do imóvel;
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Usufrutuário: quem tem direito de usar e receber rendimentos do imóvel.
Exemplo comum: pais que doam a nua-propriedade aos filhos, mas mantêm o usufruto vitalício para continuar a viver no imóvel ou receber rendas.
É uma ferramenta muito usada em planeamento sucessório.
Outros direitos reais relevantes
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Servidões: direito concedido a um imóvel (prédio dominante) de usar parte de outro (prédio serviente). Ex.: direito de passagem sobre um terreno vizinho.
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Direito de superfície: permite construir ou manter uma edificação em terreno alheio, separando a propriedade do solo da construção. Muito usado em projetos urbanísticos e concessões públicas.
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Direito de uso e habitação: semelhante ao usufruto, mas mais restrito, concede apenas o direito de morar ou usar o imóvel, sem poder arrendá-lo ou obter rendimento.
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Direito de preferência: direito legal de certos titulares (inquilinos, coproprietários, Estado) de serem os primeiros a comprar um imóvel quando colocado à venda.
Porque este conhecimento é essencial
Para investidores, famílias ou advogados, compreender estes conceitos evita erros comuns:
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Comprar imóveis com servidões não declaradas;
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Assumir que ser proprietário é ter controlo total;
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Ignorar oportunidades de planeamento sucessório ou fiscal com usufruto e nua-propriedade.
A visão da ImoLawyers
Na ImoLawyers, explicamos estes conceitos de forma simples para que cada cliente tome decisões informadas. O nosso objetivo é proteger património, evitar conflitos e criar soluções inteligentes para famílias e investidores. Direitos reais não são apenas conceitos jurídicos — são ferramentas estratégicas para criar valor.